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Perspectivas para a economia em 2016 e o setor elétrico

Início de ano. É hora de avaliar o cenário e as perspectivas do mercado. E uma das principais preocupações está entre investir mais ou buscar alternativas para redução de custos. Mas antes de entrar em detalhes sobre o setor de energia, é preciso avaliar o cenário macroeconômico. As previsões são unânimes e indicam que o PIB brasileiro deve registrar um recuo superior a 3% em 2015. No que se refere ao PIB industrial, há projeções que mostram uma desaceleração de até 6,5%. O Boletim Focus, que semanalmente revela a média das perspectivas do mercado, sugere uma redução de 3,65% para o ano passado. Para 2016, a redução do consumo das famílias já projeta uma retração econômica superior a 1,5%. Na média, o Boletim Focus indica um recuo de mais 2,65% este ano. Para o economista e professor do Insper, Otto Nogami, esta queda deve ser mais acentuada e a retração econômica pode chegar a 3,18%. Se confirmado o cenário, será a primeira vez na historia do Brasil que a economia terá dois anos consecutivos de queda superior 3% no PIB. Uma das preocupações é o que se chama de “espiral recessiva”. Com a queda do consumo interno, há o recuo da produção que, por sua vez, provoca a queda do emprego e o recuo da renda. Com a queda da renda, há mais redução no consumo, criando-se a espiral recessiva. Os investimentos poderiam ser um fator capaz de romper este ciclo. No entanto, o cenário fiscal do governo contribui negativamente para este movimento. Segundo o professor Nogami, as previsões mostram um declínio acentuado nas taxas de investimento, o que afeta todos os setores, entre eles o de energia elétrica. Apesar de o secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, ter afirmado recentemente que o país não corre risco de desabastecimento, o futuro é incerto e os riscos são grandes. O congelamento das tarifas nos últimos anos provocou uma grande desorganização para as geradoras e distribuidoras. O ajuste permitido em 2015 foi direcionado para recompor o caixa das empresas e não destinado para novos investimentos. E quando não há investimentos, nem mesmo para manutenção das distribuidoras, cria-se um problema de médio e longo prazos. Nogami lembra que há usinas prontas para entrar em operação, porém, por falta de iniciativa pública, algumas linhas de transmissão não foram construídas. “O setor já está no pico. E o que a gente observa é uma paralisia geral com o planejamento de médio e longo prazo”, afirma. Neste contexto, a atuação das termoelétricas passa a ser relevante, porém depende de combustível que, por sua vez, segue as cotações internacionais. Há, inclusive, um movimento para atrair capital chinês para uma termelétrica no sul do País, como solução de curto prazo. Assim, ao longo deste ano, os riscos com relação à oferta de energia continuam. Será preciso buscar alternativas para manter a produção e reduzir os riscos de ser impactado negativamente pela ausência de energia. A dica é fazer as contas e identificar as melhores soluções para cada tipo de demanda.